Psicologia na Escola

Psicologia na Escola Agora Ć© Lei!

 A presenƧa de psicólogos em escolas pĆŗblicas Ć© uma obrigação legal. 



Aprovada em dezembro, a Lei nĀŗ 13.935/2019 determina que o Poder PĆŗblico assegure o atendimento psicológico e sócio assistencial aos alunos da rede pĆŗblica de educação bĆ”sica. A norma Ć© fruto do PLC 60/2007 (PL 3.688/2000, na CĆ¢mara), aprovado pelo Congresso em setembro de 2019. Mas só passou a valer após a derrubada do veto da PresidĆŖncia da RepĆŗblica ao texto, em novembro. 

Na justificativa ao Veto 37/2019, o governo havia alegado inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse pĆŗblico. 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselhos Regionais de Psicologia e demais instituiƧƵes que compƵem o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia (FENPB) e o Conselho Federal de ServiƧo Social (CFESS) realizaram diversas atividades e mobilizaƧƵes junto aos congressistas pela aprovação do PL. 

Foram inúmeras conversas e audiências com parlamentares, mobilização que garantiu a aprovação no Congresso Nacional e a derrubada do veto integral da Presidência.

Mas apenas 85 escolas cumpriram a norma atƩ setembro de 2023.


A Psicologia tem papel importante para a Educação por desenvolver aƧƵes que possibilitam a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem e a criação de intervenƧƵes que visam Ć  superação de processos de exclusĆ£o, patologização e estigmatização social. 

Para os psicólogos ElisĆ¢ngela no brasil, a inserção da/o psicóloga/o na escola deve ser vista como potencializadora de prĆ”ticas incruentes e de garantia dos direitos dos atores envolvidos. 

Sua atuação perpassa tambĆ©m os processos de formação de professores, momento em que podem ser abordados o desenvolvimento da subjetividade humana, as influĆŖncias das relaƧƵes sociais estabelecidas e suas inter-relaƧƵes com o processo educacional. 

“ƀ Psicologia cabe contribuir na mediação das relaƧƵes sociais e institucionais – possibilitando, assim, a criação de espaƧos de promoção de diĆ”logo e debate com a comunidade escolar – e promover um espaƧo de respeito Ć s diferenƧas para o fortalecimento de uma escola democrĆ”tica que permita a todas as crianƧas e todos os jovens o acesso ao ensino de qualidade, como forma de garantir os seus direitos. 

O mais importante Ć© poder, a partir da aprovação desta Lei, ampliar os espaƧos de atuação para a categoria no contexto da educação bĆ”sica, de forma que a Psicologia possa auxiliar a superar a lógica de atendimentos individuais, visto que a Psicologia Escolar e Educacional busca promover atividades coletivas nesses espaƧos, aproximando a comunidade educacional”.

 

A INSERƇƃO DA/O PSICƓLOGA/O NA ESCOLA DEVE SER VISTA COMO

POTENCIALIZADORA DE PRƁTICAS INCRUENTES E DE GARANTIA

DOS DIREITOS DOS ATORES ENVOLVIDOS.


Veja a seguir o porque se faz tão necessÔrio a atuação e a importância desse profissionais na rede de ensino.

SaĆŗde mental e a pandemia de Covid-19

Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da SaĆŗde (OMS) declarou o surgimento de uma nova doenƧa provocada por um vĆ­rus do tipo coronavĆ­rus – a Covid-19.

Foi considerada uma emergĆŖncia de saĆŗde pĆŗblica de interesse internacional, com alto risco de se espalhar para outros paĆ­ses ao redor do mundo. 

Em marƧo de 2020, a OMS avaliou que a Covid-19 caracterizava-se como uma pandemia.


A agenda de saĆŗde frente Ć  pandemia engloba uma gama enorme de Ć”reas que devem ser cobertas, mas Ć© preciso chamar a atenção da comunidade mĆ©dica e, tambĆ©m, da população para o risco de uma epidemia paralela, que jĆ” dĆ” indĆ­cios preocupantes: o aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psĆ­quicos e dos transtornos mentais. 

Embora o impacto da disseminação do coronavírus para as doenças psíquicas ainda esteja sendo mensurado, as implicações para a saúde mental em situações como a que estamos vivendo jÔ foram relatadas na literatura científica.


Ɖ possĆ­vel dividir as consequĆŖncias da pandemia em quatro ondas:


– a primeira se refere Ć  sobrecarga imediata sobre os sistemas de saĆŗde em todos os paĆ­ses que tiveram que se preparar Ć s pressas para o cuidado dos pacientes graves infectados pela Covid-19;

– a segunda estĆ” associada Ć  diminuição de recursos na Ć”rea de saĆŗde para o cuidado de outras condiƧƵes clĆ­nicas agudas, devido a realocação de verba para o enfrentamento da pandemia;

– a terceira tem relação com o impacto da interrupção nos cuidados de saĆŗde de vĆ”rias doenƧas crĆ“nicas;

– a quarta inclui o aumento de transtornos mentais e do trauma psicológico provocados diretamente pela infecção ou por seus desdobramentos secundĆ”rios.


SaĆŗde mental:


As pessoas reagem de maneira diferente a situaƧƵes estressantes. 

Como cada um responde Ć  pandemia pode depender de sua formação, da sua história de vida, das suas caracterĆ­sticas particulares e da comunidade em que vive. 

Os grupos que podem responder mais intensamente ao estresse de uma crise incluem:

– pessoas idosas ou com doenƧas crĆ“nicas que apresentam maior risco se tiverem Covid-19;

– profissionais de saĆŗde que trabalham no atendimento Ć  Covid-19;

– pessoas que tĆŖm transtornos mentais, incluindo problemas relacionados ao uso de substĆ¢ncias.

O aumento dos sintomas psĆ­quicos e dos transtornos mentais durante a pandemia pode ocorrer por diversas causas. 

Dentre elas, pode-se destacar a ação direta do vĆ­rus da Covid-19 no sistema nervoso central, as experiĆŖncias traumĆ”ticas associadas Ć  infeção ou Ć  morte de pessoas próximas, 

o estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econÓmicas, na rotina de trabalho ou nas relações afetivas e, por fim, a interrupção de tratamento por dificuldades de acesso.

Esses cenÔrios não são independentes. Ou seja, uma pessoa pode ter sido exposta a vÔrias destas situações ao mesmo tempo, o que eleva o risco para desenvolver ou para agravar transtornos mentais jÔ existentes.

 


AtravĆ©s de uma lente humanizada nasce um olhar para a saĆŗde mental de meninos e  meninas adolescentes.

A adolescĆŖncia Ć© uma fase de transformaƧƵes biológicas, psicológicas e sociais intensas e representa um perĆ­odo crucial – e de maior vulnerabilidade – no desenvolvimento de cada indivĆ­duo.

 O recorte de gĆŖnero, assim como acontece para as mulheres adultas, desponta como um fenĆ“meno que traz riscos significativos para a saĆŗde mental desde a juventude.

A intersecção destas dimensƵes indica um grupo de pessoas que demanda maior cuidado e atenção: as meninas. 
Mas, afinal, qual a autopercepção de saúde mental entre meninas adolescentes, quais fatores de risco específicos elas enfrentam e o que fazer para tirÔ-las da invisibilidade? Leia abaixo e esteja atento aos sinais.


QUESTÃO DE GÊNERO: INDICADORES DE SAÚDE MENTAL SÃO PIORES PARA MENINAS QUE PARA MENINOS


Diversas pesquisas demonstram maior prevalĆŖncia de depressĆ£o e transtornos de ansiedade em mulheres do que em homens. 
E este cenĆ”rio de desigualdade entre os gĆŖneros se desenha desde a adolescĆŖncia, como aponta a edição mais recente  realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĆ­stica (IBGE) com o apoio do MinistĆ©rio da Educação (MEC).

Entre os dados mais alarmantes, o levantamento apontou que 29% das meninas entre 13 e 15 anos fizeram uma autoavaliação negativa da própria saĆŗde mental – em comparação a 8,6% dos meninos na mesma faixa etĆ”ria.


Assim como a Psicologia, o ServiƧo Social, no contexto escolar, atua na identificação e no atendimento das demandas sociais das/os estudantes, familiares, trabalhadoras/es e comunidade. 
“O ServiƧo Social contribui na aproximação entre escola e famĆ­lia, alĆ©m de fortalecer a articulação entre a equipe, a rede da educação e outras polĆ­ticas pĆŗblicas, tendo em vista a integralidade das demandas dos usuĆ”rios, suas famĆ­lias e comunidade. As/os trabalhadoras/es assistentes sociais tambĆ©m podem contribuir na construção do senso crĆ­tico das/os estudantes. 
Para isso, a/o profissional precisa conhecer a realidade em que as crianƧas e os adolescentes estĆ£o inseridos. 
DaĆ­ a importĆ¢ncia de fomentar e compreender os fatores que dificultam o processo de aprendizagem e a participação da famĆ­lia nos processos pedagógicos da escola, bem como alternativas frente a isso”, explica a assistente social camila Soares. 
Cabe ao ServiƧo Social identificar situaƧƵes de vulnerabilidade social e violaƧƵes de direitos vivenciadas pelas/os estudantes, que, de modo geral, culminam na infrequĆŖncia e evasĆ£o escolar, e desenvolver aƧƵes, para alĆ©m das intervenƧƵes individuais, pensando a Educação como um direito social que deve ser assegurado para todas/os, de forma articulada com outros direitos da cidadania, como SaĆŗde e AssistĆŖncia Social, por exemplo. 


 
3 FATORES DE RISCO ƀ SAƚDE MENTAL DAS MENINAS.

Estigma e falta de acesso Ć  informação e serviƧos de saĆŗde mental dificultam o diagnóstico e tratamento adequado na faixa etĆ”ria mais jovem. 
Para as meninas, essa etapa pode ser marcada por riscos e desafios especĆ­ficos, que se apresentam como fatores de risco:

Discriminação de gênero: estereótipos e expectativas sociais sobre o papel da mulher podem gerar sofrimento e baixa autoestima;
PressƵes estĆ©ticas: a busca por um corpo “perfeito”, muitas vezes inatingĆ­vel, pode levar Ć  insatisfação com a própria imagem e distĆŗrbios alimentares;
Violência: física, sexual ou psicológica, aumenta significativamente o risco de problemas de saúde mental.
Os aspectos trazidos aqui reforçam a importância de medidas concretas por parte das políticas públicas pensadas para meninas adolescentes.